segunda-feira, 12 de setembro de 2011

MIXTUM

Tenho saudade de mim
Sob este título, o jornalista, cineasta, pensador, poeta e escritor, Arnaldo Jabor, em artigo publicado semana passada nO Estado de São Paulo, levou-me de volta ao passado, recordando impressões vivenciadas na juventude dos Anos Dourados. Com a habilidade que lhe é peculiar, recuperou boas lembranças da época em que a geladeira era branca (com o pinguim de louça em cima), o telefone preto, os móveis tinham pés de palito, a novela era no rádio e a casa era de família... Arnaldo disse que se lembrou do "velho professor de português, magrinho, irritadiço e doce Luiz Vianna Filho, que bradava: - O senhor não tem acento circunflexo!". E acrescenta Jabôr - cujo sobrenome herdou do avô árabe - que o mestre completava a lição: "A única palavra dissílaba da língua terminada em 'or' que tem circunflexo é 'redôr', para diferenciar de 'redor, em volta de', pois..."

Interrompi o texto deliberadamente. Redôr é (ou deveria ser) palavra do cotidiano dos profissionais e agentes que atuam no mundo do trabalho. O "velho professor" de português sabia e concluiu a lição: "...redôr é o pobre-diabo que fica puxando o sal, com um rodo" - completa o articulista.

A unificação da ortografia entre os oito países que falam o português, com o Acordo Ortográfico que entrou em vigor no Brasil em 2009, excluiu o acento circunflexo diferencial e, senão antes, agora o árabe Jabôr ficou mesmo Jabor (e redôr passou a redor). Desafortunadamente, a culta lição do "velho professor" envelheceu, caducou...

Hoje esse trabalhador somente é visto, e com pouca frequência, nas cidades do leste fluminense porque na Costa do Sal, estado do Rio Grande do Norte - o maior produtor do país - na extração do sal não se utiliza mais da mão de obra do redor (sem circunflexo, ainda que a expressão não signifique "ao redor de", "em torno de". (Fotos obtidas na internet)

O Brasil melhorou um pouco a sua posição na competitividade global mas...
A edição 2011-2012 do "Relatório de Competitividade Global", do World Economic Forum, revela que o Brasil melhorou um pouco a sua posição no ranking, porém questões bem conhecidas e sempre presentes no nosso quotidiano, tais como burocracia, falta de mão de obra especializada e deficiente infraestrutura impediram que, efetivamente, assumíssemos uma posição de destaque na economia mundial. Como diria Joelmir Beting, estamos andando de lado!


Ao jornal Correio Braziliense, Erik Camarano, Presidente do Movimento Brasil Competitivo, declarou, dias atrás, que "Os únicos indicadores de infraestrutura que melhoramos foram de telefonia fixa e celular". De acordo com o economista, estamos atrasados ainda nas atividades cartoriais de abertura e fechamento de empresas, concessão de alvará de funcionamento de empresas e deficiência de plantel de especialistas. Contudo - simplifica - todos os demais indicadores "especialmente transportes, mostraram uma piora no ranking". O Relatório todavia, aponta outros progressos na colocação, como no mercado consumidor (8º), segurança dos bancos (16º) e disponibilidade de serviços financeiros (25º).


Diferentemente de nós, o Chile manteve-se na posição de economia mais competitiva da América Latina e do Caribe, ocupando o 31º lugar geral. Latinos à nossa frente: Porto Rico, Barbados e Panamá. No mundo: Suíça, Cingapura, Suécia, Finlândia, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Japão e Reino Unido; os dez mais competitivos do mundo, segundo o World Economic Forum.


Empresários portugueses resistem à ideia de trabalhadores levantarem o fundo de compensação na saída voluntária
Semana passada a imprensa lusa divulgou que a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) mantem reservas a respeito da possibilidade de o trabalhador que se demite levantar o Fundo de Compensação, conforme estudos atuais do Governo. Para os empresários do setor, a hipótese não é aceitável porque o fundo é gerado por contribuições das empresas. 


O Governo pretende alterar as regras trabalhistas e criar o FCT para fixar em 1% (um por cento) do salário, no máximo, a contribuição patronal que - na avaliação do Jornal de Notícias dará, em média, 96 euros por ano, por trabalhador - e que vai alcançar apenas os novos contratos de trabalho. 


Na pauta do projeto de Concertação Nacional está marcada para hoje uma reunião dos parceiros sociais a fim de delinearem um caminho a ser seguido nas discussões a respeito dessa parcela, tida como um complemento das indenizações devidas em caso de despedimento. Já se sabe - o que não surpreende os profissionais do direito que atuam na jurisdição  trabalhista - que as grandes organizações sindicais, as entidades empresariais e o os agentes governamentais não tem a mesma visão do problema.

Enquanto a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), na voz do seu Presidente Antônio Saraiva, diz que "Não é aceitável que a proposta preveja que o dinheiro que está no fundo, pago pela empresa, possa ficar para o trabalhador quando este se despede" (JN, de 8.9), a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), por meio do seu porta-voz Joaquim Dionísio, classificou a proposta de ridícula (Dinheiro Vivo, JN, 8.9).  Quanto à posição da União Geral dos Trabalhadores (UGT) não consegui obter informações. O Governo, por seu turno, acena com o que identifica como uma solução politicamente viável e economicamente satisfatória para as partes.




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