A professora Isa Oliveira, secretária
executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil
(FNPeti) aproveitou o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil e deu o seu recado:
“– O trabalho infantil reproduz a
situação de pobreza e baixa escolaridade na qual os pais dessas crianças estão
inseridos”, destacou a Agência Brasil (AB) no seu noticiário da última terça-feira
(12).
O
Fórum já havia confirmado que os estados nordestinos alimentam o ranking de
abuso do trabalho ilegal de crianças e adolescentes, sendo certo que o estado
do Piauí vem se mantendo em primeiro lugar nessa estatística, a despeito do
esforço que o Governo federal tem feito no sentido de enquadrar esses
exploradores. Por exemplo, na semana passada membros do FNPeti entregaram ao
governador do estado de Alagoas, Teotônio Vilela, uma carta na qual além de denunciarem
a situação daquela unidade federativa (8º no ranking) apresentaram
sugestões para a redução do número de crianças
submetidas a essa condição.
Na verdade – e o próprio Governo já admitiu
isso, como se pode constatar no Diagnóstico Situacional Preliminar do Trabalho
Infantil no Brasil, do Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho
Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente – o trabalho infantil acompanha
o desenrolar da nossa história desde a colonização, apoiando-se na desigualdade
social instalada nas populações a partir do século XVI, que a industrialização
não corrigiu. Por isso, o trabalho infantil tornou-se um problema generalizado
no País.
Curioso nisso tudo é que alguns pais dessas
crianças acreditam que o trabalho pode servir de modelador do caráter do menor,
tal como aconteceu com seus avós e seus pais. Segundo técnicos do Ministério da
Educação (MEC) e de associações civis envolvidas nessa luta, esse é mais um
fator negativo a ser enfrentado na luta contra o trabalho infantil no País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário