terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CARTA DE ESPECIALISTAS A PERIÓDICO INGLÊS DENUNCIANDO DIFICULDADES DOS IDOSOS E DEFICIENTES, GERA ARTIGOS SOBRE CARÊNCIAS DO SISTEMA ASSISTENCIAL DO REINO UNIDO

Uma carta enviada à redação do The Telegraph no início deste mês, assinada por 62 especialistas tratando da situação de aposentados idosos e adultos deficientes e a preocupação com a reforma do sistema de assistência social da UE, justificou uma sucessão de artigos do jornalista James Hall, editor de defesa do consumidor desse jornal. “Os idosos ingleses estão sendo roubados em sua dignidade” – dizem os assinantes da missiva – pela “falência desses serviços” e os adultos com deficiência não estão em condições melhores, complementam os subscritores.

Segundo o periódico inglês esses especialistas são dirigentes de entidades de caridade, peritos independentes e conselheiros do governo que exortaram o primeiro ministro David Cameron a garantir uma reforma duradoura do sistema assistencial público para recuperar a dignidade dessas pessoas.

A censura desses peritos está baseada no fato de que 800 mil idosos – número estimado por eles – estão praticamente alijados do sistema de assistência social inglesa, sem os cuidados básicos e, em muitos casos, as famílias estão sendo levadas a se desfazer de bens para garantir a manutenção de adulto inválido ou pessoa idosa. Calcula-se que cerca de 20 mil pessoas a cada ano vendem suas casas para poder continuar a cuidar dos seus velhos ou deficientes.

Há também casos de idosos deficientes que dependem de terceiro, muitas vezes parente, para garantir o seu bem-estar e manutenção da qualidade de vida, levando os cuidadores a deixar seu emprego para lhes dar assistência, reduzindo os ganhos da família e, com isso,  agravando a  sua situação financeira.

Ao recomendar a reforma desse sistema, a imprensa inglesa afirma que o Serviço Nacional de Saúde (sigla NHS em inglês), na versão atual, está pagando o preço de internações hospitalares evitáveis e mantendo idosos e deficientes em camas de hospital porque eles não podem ser cuidados em casa. Por seu turno, a Associação dos Consultores Atuários (ACA em inglês) alerta que, no regime do setor previdenciário privado, as empresas, muitas delas de grande porte, preocupam-se em cortar gastos com pensões no futuro próximo.

O alerta dos especialistas é dirigido às autoridades inglesas, mas não há dúvida de que estão preocupados com a futura reforma do sistema praticado na União Europeia. Tudo isso ocorre em momento de crise econômica quando os países da EU tratam da alteração do seu sistema social, introduzindo regras que afetarão diretamente a Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Esses países terão de injetar bilhões de libras, segundo estimativa governamental, para proteger os beneficiários do atual sistema.

Estatísticas da AVIVA (grupo de empresas de seguros que opera em oito países é o maior do Reino Unido e um dos seis maiores do mundo) revelam que, com a queda do nível de renda da população e a inflação persistente, o quadro que se esboça é o de pessoas perdendo o padrão de vida. Considerando-se que, um em cada cinco traba-lhadores do Reino Unido (UK) com idade para se aposentar (esse número é estimado

Fotos Google
em 6 milhões  de pessoas), está trabalhando porque não pode se dar ao luxo de se aposentar, sentencia Clive Bolton, diretor de aposentadoria da AVIVA, entrevistado pelo The Telegraph.

Apesar de todas essas críticas, o NHS inglês – a maior estrutura de saúde do mundo – desfruta de bom conceito entre as 664 mil pessoas que diariamente são atendidas pela rede pública inglesa. Quem dera que os usuários do nosso Sistema Único de Saúde (SUS) pudessem dizer a mesma coisa...

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