Atualizado em 24.9.2015, às 11:21h
"O Brasil vive o pior momento do
mercado de trabalho em quase duas décadas
e caminha para um recorde histórico de
destruição de vagas" (Renata Agostini,
da Folha de São Paulo, na
edição de quarta-feira (16)
Confesso que não havia avaliado os efeitos destrutivos da atual crise econômica sobre o mercado de trabalho. Talvez cegado pelo meu interesse com a legislação, a doutrina e a jurisprudência trabalhistas e previdenciárias não percebia a profundidade do abismo, em linguagem metafórica, maior do que a extensão territorial do Brasil, que a incompetência da equipe do governo federal nos lançou.
Segundo as informações passadas aos leitores, o Brasil está à beira de perder 4% das vagas de emprego (serão milhões de postos de trabalho como se costuma dizer). Isto é um absurdo em termos econômicos. Estão dilapidando o país aos nossos olhos, estimulando o aumento da informalidade na relação de emprego e, com isso, desmontando a arquitetura da legislação trabalhista. Embora velha e superada na maioria dos seus institutos, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e as leis que a complementam são o que temos.
Descubro agora que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vinha divulgando, desde 2012, taxas de desemprego em patamares excelentes em termos mundiais, que muitos economistas nacionais e estrangeiros afirmam estarem manipuladas.
Destacaria os percentuais de outubro de 2012 (5,3%), outubro de 2013 (5%), abril de 2014 (5,8%) e setembro de 2014 (5,4%) e, neste ensejo, recupero as taxas de 2015 já divulgadas pela Fundação IBGE: janeiro: 5,3%; fevereiro: 5,9%; março: 6,2%; abril: 6,4%; maio: 6,7%; jun: 6,9%; jul:7,5% e ago: 7,6%. A queda das vagas é vertiginosa ou houve mesmo manipulação pré-eleitoral.
O que me assusta antes de tudo é o fato de que a desmobilização industrial, a precarização do mercado de trabalho e a fragilização do sistema fiscal nesse lustro levará certamente muito tempo para ser restaurado. Certamente levaremos mais tempo consertando do que as duas décadas destruindo.
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