quarta-feira, 20 de março de 2013

UMA VIDA DEDICADA AO SINDICALISMO OU O SINDICALISMO COMO MEIO DE VIDA?

Na edição web do jornal costarricense La Nacióneditado na capital San José, do último domingo (10), encontrei sob o título: "Gilbert Brown deixa órfão o sindicato que fundou faz 44 anos" esclarecedora matéria sobre um notório líder sindical daquele país. Nela encontrei  a despeito de algu-mas singularidades, é claro  uma história de vida muito semelhante a de diversos sindicalistas brasileiros.


Gilbert Clifton Brown Young dirigiu o sindicato dos petro- 
leiros costarricenses durante 44 anos (foto nacion.com.cr)

Lembrei-me então que já havia lido algo a respeito desse personagem na imprensa internacional. Pesquisei e recuperei matéria publicada em 29 de agosto de 2012, no Semanario Universidad, editado pela Universidade da Costa Rica, pequeno, desenvolvido e aprazível país caribenho. Trata-se de uma longa entrevista com Gilbert Brown, conhecido líder sindical petroleiro, sobre a nova unidade do monopólio estatal, a Refinadora Costarricense de Petróleo - RECOPE, que usará mão-de-obra chinesa na sua construção e tecnologia norteamericana na produção.

Como se sabe a Costa Rica não produz petróleo nem gás; os compra principalmente da Venezuela e do México.

Gilbert Clifton Brown Young ingressou como operador de refinaria na velha unidade da RECOPE da cidade portuária de Moín, em 1967, mas a área de produção não estava operando e ele acomodou-se na Administração da planta. Em 1969, com 26 anos de idade, durante uma reunião noturna de petroleiros no clube do Partido Liberação Nacional (PLN) fundou o Sindicato dos Trabalhadores Petroleiros Químicos e Afins (Sitrapequia). 

Após diversas reeleições seguidas e pouco mais de duas dezenas de greves (a maioria bem sucedida), o carismático líder passou o cargo de secretário geral da entidade para o colega Manuel Rodriguez. Não pensem que Brown, ao deixar a direção do Sitrapequia, afastar-se-á do poder ou das lides sindicais; agora ele é chefe de Bem-estar da entidade e declarou à jornalista Vanessa Loaiza, do La Nación, que não prometia abandonar as ruas e as lutas classistas.

Os dados relativos às conquistas dos petroleiros costarriquenhos nas sucessivas convenções coletivas de trabalho são reveladores de uma progressiva conquista de diretos trabalhistas e previdenciárias nesses instrumentos jurídicos, fato que credencia as administrações de Brown, porém, a ausência de alternância no poder macula a sua atuação porque permite que se conclua que ela não foi democrática como desejável.

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