O Ministério Público Fiscal argentino
divulgou na sexta-feira passada (3), nota a respeito do acordo firmado com o
Ministério Público Federal (MPF) brasileiro, ajuste este que vinha sendo negociado há seis
meses. O objetivo do acordo bilateral é o acesso às provas
coligidas pela Operação Lava Jato que serão postas à disposição da Fiscalía. Com isso os procuradores argentinos
terão acesso aos depoimentos dos delatores, acusados e testemunhas, e demais documentos
dos autos dos processos que tramitam na justiça brasileira resultantes da Operação Lava Jato e
seus desdobramentos.
Esse compromisso judicial chega em
hora adequada para os nossos vizinhos porque a justiça de lá decidiu, na semana
passada, investigar graves fatos ligados à delação de um
motorista servidor público, envolvendo políticos, autoridades federais, empresários e
servidores do estado. Nessa mesma semana, foram cumpridos diversos mandados de prisão e de busca e
apreensão em vários locais da província e realizadas sucessivas audiências para
ouvir delator e testemunhas.
Em síntese, Oscar Bernardo
Centeno, motorista que serviu a Roberto Baratta, então secretário ministerial e braço
direito de Julio De Vido, ex-ministro de Planejamento da gestão kirchnerista, registrou durante
dez anos, em oito cadernos de capa dura, tudo o que ocorria no seu
dia-a-dia de trabalho dirigindo carro oficial. As folhas manuscritas – cuja caligrafia foi confirmada pelo
delator dos subornos ao procurador federal Carlos Stornelli e, mais tarde, ao juiz federal
Claudio Bonadio – contam, detalhadamente, as idas e vindas de dinheiro oriundo de
propinas (lá chamadas coimas) pagas
por empresas que prestavam serviços à administração federal.
Fora do âmbito da corrupção, quem tomou conhecimento desse esquema
gigantesco de suborno foi o jornalista Diego Cabot, do periódico La Nación, no início deste ano, porque
recebeu de uma de suas fontes – que foi identificada como sendo o policial
aposentado Jorge Bacigalupo – essa coleção de verdadeiros diários de Oscar
Centeno.
Os primeiros resultados das investigações da Polícia Federal da Argentina (PFA), submetidas ao procurador Carlos Stornelli, revelam que as propinas correspondem a 35 milhões de dólares, e também que nesse esquema delituoso estão envolvidos servidores públicos qualificados que serviam diretamente à presidência da República, e alcança entrega de dinheiro na residência particular e, de igual modo, na da Quinta de Olivos nas administrações de Néstor Kirchner (falecido) e Cristina Kirchner.
Os primeiros resultados das investigações da Polícia Federal da Argentina (PFA), submetidas ao procurador Carlos Stornelli, revelam que as propinas correspondem a 35 milhões de dólares, e também que nesse esquema delituoso estão envolvidos servidores públicos qualificados que serviam diretamente à presidência da República, e alcança entrega de dinheiro na residência particular e, de igual modo, na da Quinta de Olivos nas administrações de Néstor Kirchner (falecido) e Cristina Kirchner.